
12 junho, 2025
Impactos da compactação do solo nos microrganismos
Como a compactação do solo afeta a microbiologia? E como a microbiologia por auxiliar na descompactação do solo? Saiba mais!
A compactação do solo é um dos principais desafios enfrentados na agricultura moderna. Resultado disso é a degradação física da sua estrutura e o comprometimento da função de suporte e nutrição para as plantas. A microbiologia do solo, por sua vez, exerce um papel essencial na prevenção e na possível mitigação da compactação, ao favorecer o desenvolvimento radicular, melhorar a agregação das partículas do solo e promover a liberação e absorção de nutrientes por meio de processos biológicos.
Práticas como o plantio direto foram adotadas com o objetivo de conservar o solo e melhorar sua estrutura ao longo do tempo. No entanto, em muitos casos, apenas parte do conceito foi aplicada: a cobertura do solo com palha. Esqueceu-se que o plantio direto envolve mais do que isso: é preciso manter plantas vivas no solo, com raízes ativas e diversidade biológica, além de praticar a rotação de culturas. Quando se adota por anos uma sucessão culturas, como por exemplo, soja e trigo, como ocorre em muitas áreas, principalmente no Sul do país, há 10, 12 anos, o resultado é a formação de camadas compactadas a partir dos 20 cm de profundidade.
Isso porque, tanto a soja quanto o trigo, possuem sistemas radiculares superficiais, que não exploram grandes volumes de solo e se limitam a uma camada de 0-20 cm. A ausência de raízes profundas e de diversidade vegetal impede a formação de bioporos, o que pode causar a lixiviação de nutrientes, impedindo a reestruturação natural do solo, criando verdadeiras “lajes” de compactação em camadas mais profundas.
Esse cenário se agrava com o uso crescente de máquinas agrícolas mais pesadas, que aumentam ainda mais a pressão sobre o solo. Os efeitos da compactação são diversos: redução da aeração, maior resistência à penetração de raízes, menor infiltração de água e menor capacidade de armazenamento hídrico. Com infiltração reduzida, a água da chuva não penetra no solo adequadamente e escorre superficialmente, promovendo erosão e perdas de nutrientes. Em períodos de estiagem, a raiz encontra dificuldade para alcançar água e nutrientes em profundidade, limitando o crescimento das plantas e tornando os sistemas produtivos menos resilientes.
A microbiologia na descompactação
A vida microbiana do solo é um dos agentes de reversão dessa condição. Microrganismos associados as raízes estimulam o crescimento radicular e promovem o chamado efeito priming, que ativa o metabolismo da planta e estimula a liberação de exsudatos, que por sua vez alimentam ainda mais os microrganismos.
As micorrizas arbusculares, por exemplo, atuam como extensões naturais das raízes, aumentando a absorção de água e nutrientes, como o fósforo, mesmo em condições de baixa disponibilidade. Esses microrganismos também ajudam na formação de agregados estáveis, liberando substâncias como glomalina e polissacarídeos que melhoram a estrutura física do solo, promovem porosidade e favorecem o crescimento das raízes.
No entanto, em solos compactados, o ambiente torna-se hostil para essa vida microbiana. A baixa oxigenação e a redução dos espaços porosos dificultam a sobrevivência e a atividade dos microrganismos aeróbicos benéficos. Outro fator que merece atenção, é que muitos desse microrganismos precisam de umidade, porém, se o solo está compactado e sem infiltração de água, não há um ambiente propício. Logo, sem raízes vivas e diversificadas, sem estímulo biológico e sem práticas de manejo adequadas, instala-se um ciclo de degradação progressiva.
Portanto, a microbiologia do solo não é apenas uma aliada nutricional, mas um dos principais pilares do manejo estrutural e regenerativo dos solos. Estimular a vida microbiana, manter plantas com sistemas radiculares diversificados e romper a monoculturas com plantas de raízes profundas, são ações fundamentais para reverter processos de compactação e garantir solos mais férteis, estruturados e resilientes.
Ferticorreção
Nesse ponto é que a Ferticorreção se conecta com o assunto, como uma forma estratégica de manejo. Ao corrigir os desequilíbrios químicos do solo — com o controle da acidez, complexação do alumínio e reposição de bases —, a Ferticorreção cria um ambiente mais favorável para o desenvolvimento radicular e para a atividade dos microrganismos benéficos. Um solo com acidez controlada, biologicamente ativo e fisicamente estruturado permite que as raízes explorem maior volume, absorvam água com eficiência e recrutem a microbiota natural.
Continue lendo nosso blog
Ficou com alguma dúvida?
Entre em contato pelo formulário abaixo.