O problema da degradação das pastagens
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3 outubro, 2025

O problema da degradação das pastagens

Saiba quais os impactos das pastagens degradadas e qual o papel da recuperação na mitigação dos gases de efeito estufa.

Pastagens Degradadas: Impactos Ambientais, Econômicos e a Importância da Recuperação

 

A degradação de pastagens é um dos maiores desafios da agropecuária brasileira, tanto do ponto de vista produtivo quanto ambiental. Dados da Embrapa indicam que o Brasil possui aproximadamente 110 milhões de hectares de pastagens cultivadas com algum nível de degradação. Este valor representa em torno de 60% das áreas de pastagem do país, estimado em 177 milhões de hectares. Destes números assustadores, aproximadamente 28 milhões de hectares de pastagens plantadas estão com níveis intermediários a severos de degradação, mas com alto potencial para seres recuperados e transformados em terras para cultivos agrícolas.

Essa situação representa não apenas uma limitação direta à capacidade produtiva da pecuária, mas também um entrave ao cumprimento de compromissos ambientais assumidos pelo país, especialmente no que se refere à redução de emissões de gases de efeito estufa e à contenção do desmatamento. Afinal, a degradação das pastagens pressiona o setor a abrir novas áreas para suprir a demanda, em vez de recuperar aquelas já utilizadas, perpetuando um ciclo de desperdício de recursos e impacto ambiental crescente.

Todavia, é importante salientar que muitas vezes as áreas desmatadas são áreas de preservação do governo, atingidas por pecuaristas ilegais, que derrubam a vegetação nativa de forma ilegal. Infelizmente, estes invasores alheios as leis e condutas acabam sendo tomados como maioria, manchando a bandeira da pecuária nacional e colocando o agronegócio como um vilão. 

Dito isso, é importante falar que a origem da degradação das pastagens está diretamente ligada à ausência de manejo adequado, à deficiência no uso de tecnologias de manutenção da fertilidade do solo e à sobrecarga animal acima da capacidade de suporte da área. Em grande parte das propriedades, o sistema de pastejo contínuo é adotado sem qualquer planejamento de rotação, descanso ou divisão de piquetes, levando a uma retirada excessiva de biomassa forrageira e a uma pressão constante sobre o mesmo capim. Essa prática esgota as reservas do solo, compromete o vigor da rebrota e acelera o processo de empobrecimento do solo. 

Outro ponto crítico é a falta de reposição dos nutrientes retirados pelo pastejo: sem adubação periódica ou aplicação de corretivos de acidez, os atributos químicos do solo se deterioram rapidamente, resultando em baixa disponibilidade de nutrientes essenciais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio. Esse desequilíbrio agrava a queda na qualidade e na quantidade da forragem produzida, reduzindo a capacidade de suporte da pastagem. Ao mesmo tempo, a superlotação, comum em muitas regiões, amplia os efeitos do pisoteio, intensifica a compactação e acelera a erosão, criando um ambiente em que a degradação se retroalimenta.

Os efeitos da degradação das pastagens se estendem para além da porteira e alcançam dimensões globais. Solos degradados tornam-se fontes líquidas de emissões de gases de efeito estufa, liberando carbono anteriormente estabilizado na matéria orgânica e favorecendo a liberação de óxido nitroso, poluente quase 300 vezes pior que o gás carbônico. Essa perda de capacidade de sequestro de carbono converte áreas que poderiam atuar como sumidouros em verdadeiras fontes de poluição atmosférica. 

Do ponto de vista econômico, a improdutividade do solo reduz drasticamente a rentabilidade da atividade pecuária, pois obriga o produtor a trabalhar com menor taxa de lotação e menor ganho de carne por hectare, ao mesmo tempo em que aumenta os custos de oportunidade relacionados ao uso ineficiente da terra. 

A recuperação de pastagens degradadas se apresenta como uma das estratégias mais efetivas para promover a intensificação sustentável da pecuária brasileira. Técnicas como a adubação equilibrada, a aplicação de corretivos de acidez, a implantação de sistemas de rotação de pastagens, a diversificação de espécies forrageiras e, principalmente, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), constituem alternativas viáveis para reverter o processo de degradação. Ao adotar essas práticas, o produtor não apenas restabelece a produtividade da área, como também reduz a necessidade de abertura de novas fronteiras agrícolas, contribuindo diretamente para a mitigação do desmatamento. 

Além disso, solos recuperados passam a funcionar como sequestradores de carbono, uma vez que o incremento da biomassa radicular e a adição de resíduos orgânicos ao sistema aumentam a matéria orgânica e estabilizam o carbono, melhorando tanto a fertilidade química quanto a estrutura física do solo. Isso resulta em maior resiliência frente a períodos de seca, melhor infiltração de água e maior longevidade das pastagens. 

Por isso que a recuperação das áreas degradadas deve ser entendida não como um custo adicional, mas como um investimento estratégico que eleva a competitividade da atividade pecuária, fortalece a imagem ambiental do setor e contribui para o cumprimento das metas de sustentabilidade do país.

 

Conclusão

A degradação de pastagens é um problema complexo, que envolve aspectos técnicos, ambientais, econômicos e sociais. Trata-se de um fenômeno que se inicia com falhas de manejo e ausência de práticas de adubação e calagem, evolui para a perda de fertilidade e compactação do solo, e culmina em consequências de grande escala, como aumento das emissões de gases de efeito estufa, pressão pelo desmatamento e perda de competitividade do setor pecuário.

 Ao mesmo tempo, é também um problema que oferece uma oportunidade clara de solução. A recuperação dessas áreas, baseada em boas práticas agrícolas representa uma saída que alia produtividade com conservação ambiental, transformando solos degradados em áreas férteis e ativas no sequestro de carbono.

Nesse contexto, a Ferticorreção se destaca como um manejo essencial, pois além de ajustar os atributos químicos de solo, viabiliza a recomposição da fertilidade, garante maior eficiência no aproveitamento dos nutrientes e cria condições para que a pastagem se mantenha produtiva por mais tempo. 

Mais do que uma técnica isolada, a Ferticorreção deve ser vista como parte de uma estratégia integrada de manejo, capaz de proporcionar ganhos econômicos, reduzir a pressão sobre os ecossistemas e contribuir de forma decisiva para a construção de uma pecuária de baixo carbono e de longo prazo sustentável.

Interrelacionar os atributos físicos, químicos e biológicos do solo, mostrados na Ferticorreção, auxilia na mitigação dos gases do efeito estufa, incorpora carbono no solo e traz a pecuária de volta a um cenário de prosperidade.

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